quinta-feira, 6 de setembro de 2012

O Iluminado - Movie

Ontem tive mais um daqueles momentos que eu chamo de  "Efeito Desmancha Tricô"
onde vc está ociosamente lendo sobre qualquer coisa aleatória na internet e vai clicando nos links
que vão aparecendo. Porque "desmancha tricô"? Porque um ponto vai puxando o outro, porém na internet,
vc começa lendo sobre decoração de cupcakes, e alguns cliques depois vc já está no processo de
decomposição de cadáveres humanos.
Ontem, durante uma dessas viagens, acabei lendo uma crítica sobre um filme, que na minha opinião, é um dos
melhores do gênero terror/suspense (mesmo sendo do início dos anos 80): O Iluminado (The Shining).

"Uma obra-prima do horror moderno, na melhor adaptação de uma história de terror do renomado escritor Stephen King."

"No filme, conhecemos a história de Jack Torrance (Jack Nicholson), que aceita o trabalho de zelador de um imenso hotel durante a baixa temporada do local - um inverno bastante denso e torturoso. Durante esse período, ele tenta escrever o seu livro, mas um passado sombrio do hotel começa a aterrorizar a família e afetar diretamente a sanidade de Jack. Sua mulher se torna passiva a tudo o que está acontecendo, enquanto seu filho tem poderes paranormais de comunicação com as forças ocultas do lugar.
Um dos melhores aspectos do filme é sua parte técnica. Tudo contribui para reforçar o clima de solidão do local - algo extremamente necessário, uma vez que a transição do Jack pai exemplar para o psicopata tinha de ser convincente (uma das grandes críticas ao filme é justamente que ela foi rápida demais). Os cenários, amplos e espaçosos, construídos todos em locação, utilizando apenas a fachada de um grande hotel para as externas, reforçam a teoria da solidão e do isolamento. A arte é grandiosa... E vazia. As salas são grandes, com muito espaço, o que deixa o local altamente pertubador. Some isso ao pesado clima, construído minuciosamente por Kubrick, e já dá para perceber o quão aterrorizante é a experiência. A fotografia é realista e não deixa que a diferença entre estúdio e locação sobressaia, além de um excepcional uso do inovador Steady Cam*, principalmente na cena do labirinto. (*um equipamento que evita a trepidação  da câmera, enquanto corremos com ela em mãos). O Iluminado não é um filme explícito de sustos. É construído para nos deixar mal, com medo de uma pessoa que, teoricamente, nos ama e só quer o nosso bem. Algumas seqüências são de gelar a espinha, como a aparição das gêmeas no corredor, ou então o elevador que derrama uma enorme quantidade de sangue. O melhor é que, assim como diversos outros filmes de Kubrick, nada é mastigado demais na história.
Sempre há uma brecha para a interpretação, para que cheguemos a uma conclusão por conta própria, sem necessidade de que o filme diga para nós sua intenção.
A cena mais marcante é quando Jack coloca seu rosto entre uma abertura feita na porta com machadadas e diz a imortal frase "Here's Johnny!". Jack Nicholson, um dos maiores atores de todos os tempos, improvisou tal fala, e fez um trabalho absolutamente brilhante em cena. 
Sua preparação sempre especial lhe concedeu alguns momentos únicos, como a seqüência do bar. Já Shelley Duvall, só faltou a coitada ser agredida por Kubrick, tamanho o número de broncas que levou do diretor, mas pelo menos o resultado final conseguiu ser convincente. Em determinada cena, ela chegou a filmar mais de 100 takes para que Kubrick conseguisse o que queria. Não descarto a possibilidade de algumas pessoas torcerem para que Jack consiga matar a esposa, de tão chata que ela é. Fiel ou não ao livro, Kubrick construiu um filme extremamente cativante, que consegue mexer com nossos medos interiores - e ainda muito melhor que a refilmagem de 1997, que se dizia a versão definitiva e fiel à obra de origem. 
 O Iluminado é uma obra-prima do horror, que não necessita apelar para sustos fáceis para assustar, como a grande maioria dos títulos faz. Seja no drama, na guerra ou na ficção, esta é apenas mais uma prova da versatilidade do gênio por trás das câmeras. Um grande presente para aqueles que gostam de ser atormentados por uma história verdadeiramente macabra."
(Fonte: cineplayers.com)

Eu, uma apaixonada por filmes de terror, mudei completamente minha concepção sobre o estilo após esse clássico-épico-master-ultra! Depois da experiência, nada mais me surpreende (exceto o Doce Vingança, baseado no Vingança de Jennifer Hills), fórmulas como "jovens perseguidos na floresta" (A casa de cera), "sustos a cada porta que abre" (A Orfã) e "membros e víceras por todos os lados" (Jogos Mortais) não funcionam mais comigo.

Depois de O Iluminado, acredito que seja difícil outro filme do gênero me surpreender.
E além do mais, descobri Stephen King como também um dos meus autores prediletos. 
Fascinante é a palavra!
"Here's Johnny!"

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