terça-feira, 11 de setembro de 2012

11 de Setembro - 11 anos

 Acontecimentos marcantes sempre nos faz lembrar com detalhes os minutos ou horas que os precederam por conta da sua grande relevância.
Todo mundo se recorda exatamente como foi aquele dia, eu inclusive apesar de nunca ter tocado no assunto.
O ano era 2001, eu estava na oitava série. 

O professor de geografia havia faltado, o que me deixou feliz pois eu não ia com a cara dele. Márcio era seu nome, e sempre me olhava reprovadamente por cima dos óculos quando algo o desagradava. 
Minha felicidade não era toda pela aula de geografia, e sim por sair dois tempos mais cedo, uma vez que eles era os últimos.
Como todos os dias, ansiosamente me dirigi ao ponto de ônibus na esquina, não tardou muito ele passou, e o caminho se transcorreu sem nenhuma novidade. Porém ao descer no ponto de sempre, a cerca de 15 minutos da minha casa, algo estava atípico. Isso me faz pensar que as escolas da época, com a ausência de celulares com TV, iPods e internet móvel, os alunos estavam "protegidos" de qualquer coisa que estivesse acontecendo lá fora, e totalmente vulneráveis quando saíssem.

Era também como uma fuga para os problemas familiares, sociais, financeiros e até psicológicos, enfim... Apesar da falsa proteção que o seio do colégio dispunha para as crianças da época, durante meu percurso cotidiano, percebi que as ruas estavam estranhamente silenciosas e vazias, não por completo, porém muito mais que o normal. A primeira coisa que me veio à mente foi ter havido algum confronto numa favela próxima que lá havia. Percorrendo as ruas, realmente estava tudo muito diferente. Até que passando pela lateral de uma igreja vi um homem comentando da rua aos berros com outro que estava à janela do segundo andar da mesma. Era algo sobre "um avião que caiu", logo pensei ser mais um acidente com a TAM, até que ouvi "lá nos Estados Unidos", foi quando ignorei totalmente com um pensamento normal para uma mente de 13 anos da época: "Nah! Estados Unidos... Tão longe!"
Me dirigi a minha casa ansiosa, pois na época cada aula que eu matava e fugia do colégio (apesar das minhas boas notas) e cada professor que faltava tinham um propósito único para mim: Chegar cedo para assistir Dragon Ball! Foi a única saga que assisti e curti cada segundo, Goku e seus amigos contra Mabidi, Daburá e o lendário Madinbú, eita bicho que não morre nunca! Pior que ele só a Saori Vadia Kido.
  Cheguei em casa como em todos os dias, a tv estava desligada e meu irmãozinho, na época com 7 anos brincava com as miniaturas de digimons que tinha ganho em seu aniversário.
Meu ritual pós aula de guardar o material e tomar banho sucedeu-se sem problemas, até o momento de ligar a tv. 
Não encontrei Goku e seus amigos, mas vi dois prédios, fumaça, terror, morte e medo. 
Não lembro ao certo se já estavam atingidos pelos aviões ou não, porém por toda aquele resto de manhã e início de tarde, fui percebendo que não era apenas mais um avião que caiu em algum lugar do planeta. 
Fui percebendo que aquilo era o início de algo muito maior que de arrastou pela década e a cada contecimento que sucedia-se, mais e mais aumentava meu temor pelo incerto e em que aquilo afetaria a vida de todos. 
Quando não aguentei mais, desliguei a tv, me deitei naquele sofá e acabei adormecendo pelo cansaço mental que tudo aquilo me causou.
Direta ou indiretamente, aquele dia transformou a vida de todos, o dia em que o mundo e a história foram marcados para sempre.


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