
O autodiagnóstico e a automedicação traz riscos à sua saúde (mental e física). Procure um profissional de sua confiança.
Boa tarde queridos. Ontem foi minha primeira ida ao IPUB (Saiba mais em: http://www.ipub.ufrj.br/portal/) com a galerinha do grupo de apoio no facebook (beijo pessoal! o/), que na verdade é um grupo para TOC mas me aceitaram muito bem apesar do meu diagnóstico ser diferente.
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Albert Édouard Brutus Gilles de la Tourette |
Não sei se vcs lembram do filme “Um gigolô por acidente”, mas além de retratar as desventuras de um tratador de peixes que se torna garoto de programa para sanar os estragos que ele causou na mansão de um de seus clientes, existe uma mensagem que vai muito alem do excelente trabalho de Rod Schneider e todas a gargalhadas envolvidas.
No decorrer do filme, ele é contratado por mulheres que por algum motivo em particular, têm problemas de relacionar-se social e amorosamente, e é quando, em seus serviços, ele faz atividades que mudam a vida dessas moças aumentando sua auto confiança e dando a elas momentos inesquecíveis.
Cliente com obesidade mórbida, gigantismo, narcolepsia, malformações congênitas, uma que sofreu a retirada da traquéia, e uma com síndrome de Gilles Tourette, que são características e distúrbios que fazem com que essas pessoas sofram com a discriminação dos demais que se autodenominam “normais”.
Vamos direto ao ponto (prometo que numa próxima oportunidade falo sobre o filme, pois realmente é fantástico! rsrs): Ontem nessa minha primeira visita ao IPUB, durante o preenchimento de alguns formulários de cadastros, me sentei ao lado de uma senhora. Era um salão oval, mas eu evitava contato visual com as pessoas, inclusive com a galerinha do grupo que estava comigo.
Com minha visão periférica, percebi que uma senhora ao meu lado fazia gestos e se movia de forma compulsiva sem atender a um padrão como se fosse um “tique grave”, porém o que ela conversava com a pessoa ao lado seguia uma coerência e mostrava uma instrução lingüística absurda. Ao vagar um assento próximo ao pessoal do grupo mudei de lugar, até para conversar melhor com eles, foi quando percebi o que ocorria com aquela senhora. Ela uma vez ou outra jogava a cabeça para traz e os olhos para cima, as vezes emitia uns sons com a garganta e movia as mãos. Os movimentos não seguiam uma sequência, confesso que fiquei impressionada com a cena, muito mais que com os internos (IPUB fica dentro do instituto Pinel), mantive a serenidade até para não causar nenhum constrangimento, mas realmente por dentro eu estava perplexa.
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Isso não é engraçado! |
Logo depois o pessoal do grupo começou a comentar e dizer que ela estava na Riostoc (Saiba mais em: http://www.riostoc.org.br/) e que sofria de Tourette, foi quando uma das meninas começou a explicar por alto o que era, e li sobre no trabalho. Lembrei da tal garota do filme, que involuntariamente falava palavras não adequadas (isso se chama coprolalia) e percebi que quando o assistia achava mega engraçado e pensava que não existia, que era uma síndrome (ao contrário da garota com narcolepsia por já tinha visto matérias a respeito) criada exclusivamente para o enredo do filme, foi um choque de realidade perceber que era real (inclusive a coprolalia!) e nem um pouco engraçado.
Segundo minha pesquisa, a síndrome se diferencia dos tiques e dos tiques graves por se tratar de um conjunto de acessos físicos e verbais.
Eis a diferenciação segundo a fonte neurociencias:

Síndrome de Tourette
“Portadores de tiques costumam apresentar mais de um tipo de manifestação. Quando elas são múltiplas e envolvem tanto tiques motores como vocais, não necessariamente ao mesmo tempo, caracterizam a síndrome de Tourette. O tique também pode se manifestar como uma emissão involuntária de palavras ou gestos obscenos (coprolalia e copropraxia, respectivamente). A coprolalia ocorre em menos de um terço dos casos e talvez sofra alguma influência cultural, já que é mais freqüente em determinados países. Na Dinamarca, por exemplo, é seis vezes mais comum que no Japão. A copropraxia, por sua vez, afeta de 1% a 21% dos pacientes. Em menos da metade dos casos, também pode ocorrer repetição de palavras ouvidas (ecolalia), de gestos observados (ecopraxia) ou da própria fala (palilalia). O distúrbio surge por volta dos 7 anos, mas esse evento pode variar dos 2 aos 15 anos.

Estudos sugerem que mais de 40% dos portadores da síndrome de Tourette também apresentam TOC e cerca de 90%, sintomas obsessivos. A causa da doença é desconhecida, mas sabe-se que há influência de fatores genéticos e neurobiológicos. Estudos com famílias de portadores indicam que há uma transmissão genética da predisposição à síndrome. Entre gêmeos idênticos (monozigóticos), quando um irmão é afetado, em mais de 50% dos casos o outro também possui a doença. Se não forem idênticos, esse percentual é de 10%. Quando todos os tipos de tique são incluídos, e não apenas a síndrome de Tourette, a taxa de concordância entre gêmeos monozigóticos aumenta para 77%. Investigações sugerem que também há uma relação entre problemas na gravidez e a ocorrência da doença no filho.

Realmente fiquei impressionada e logo comecei a imaginar o preconceito que os portadores sofrem, por isso hoje decidi escrever a respeito pois pode haver alguém precisando de informação e tratamento bem ao seu lado e vc não percebe. E muito mais importante que isso, APOIO E RESPEITO. Abaixo, alguns links que falam a respeito da síndrome:
ASTOC - Associação Brasileira de Síndrome de Tourette, Tiques e Transtorno Obsessivo Compulsivo (Em: http://www.astoc.org.br/)
Blog: Nossas Vidas com Tourrete (Em: http://vidacomtourette.blogspot.com.br/)
Espero que o post de hoje seja de muita ajuda
pois Tourette é uma síndrome
e não tem a menor graça.
Pense nisso!
Beijos! :****
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