quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Cutting - Há dores que somente lágrimas não conseguem somatizar...

 Observando minhas cicatrizes, percebi que faz tempo que não tenho "a necessidade" de me autoagredir (Que bom! :)). Isso não é um mal que atinge só a mim, mas também as pessoas ao meu redor, pessoas que se importam comigo e me amam. Já ouvi muitas opiniões sobre o assunto, algumas delas bem retrógradas, me admirada a ignorância incompreensão de algumas pessoas quanto ao assunto como se a prática fosse um hobbie ou um motivo de orgulho! 
Foi pensando nisso que hoje decidi abordar esse polêmico assunto com informações que pesquisei pela rede, pois alguém do seu lado pode estar sofrendo em silêncio.

"Um em cada 12 jovens se mutila, com agressões como cortes, queimaduras e batidas do corpo contra a parede.
Para os que se autoflagelam, a prática é uma tentativa de aliviar sensações como angústia, raiva ou frustração, segundo especialistas. O problema é mais comum entre mulheres de 15 a 24 anos. “Machucar a pele para aquietar a mente”, assim os praticantes da automutilação definem o transtorno que os persegue.
Uma forma comum de automutilação envolve fazer cortes na pele dos braços (comumente o pulso esquerdo), pernas, abdômen, coxas, etc. O número de métodos automutilantes se restringe à criatividade do indivíduo. Os locais de lesão são, geralmente, áreas escondidas de uma possível detecção por outras pessoas.
Exemplos de formas de automutilação, além de se cortar:

    * Esmurrar-se, chicotear-se
    * Enforcar-se por alguns instantes
    * Morder as próprias mãos, lábios, língua, ou braços
    * Apertar ou reabrir feridas
    * Arrancar os cabelo
    * Queimar-se, incluindo com cigarro, produto químicos (por exemplo, sal e gelo)
    * Furar-se com agulhas, arames, pregos, canetas
    * Beliscar-se, incluindo com roupas e clips para papel
    * Ingerir agentes corrosivos, alfinetes
    * Envenenar-se, medicar-se (por exemplo, exagerar na dose de remédios e/ou álcool), sem intenção de suicídio.

Auto-lesão entre indivíduos com distúrbios de desenvolvimento (por ex., autismo, retardamento, inteligência limítrofe) envolve, geralmente, ações relativamente simples, tais como bater a própria cabeça contra a parede, esmurrar superfícies duras e morder-se. É comum desenvolverem um transtorno onde o afetado engole substâncias/objetos que não são comestíveis.

* Riscos: Quando alguém se corta, está sujeito a uma série de infecções e doenças transmissíveis pelo ar. O contato com a lâmina pode acelerar o processo de contaminação.Sem falar no pior dos riscos: a morte. Ainda que não tenha a intenção de se ferir seriamente, não tem muito controle disso quando faz o cutting (Automutilação em inglês).Um machucado mais profundo pode atingir um vaso sanguíneo importante, comprometendo seus movimentos ou até mesmo matá-lo.
* Tratamento: A associação psicoterapia e medicação tem se mostrado eficaz nos casos de automutilação. A psicoterapia, nestes casos, tem como um dos objetivos ajudar o paciente a identificar outras formas de lidar com frustrações, que sejam mais eficazes do que seu comportamento. Ainda não há medicação específica indicada para que o paciente pare de se mutilar, entretanto, a medicação pode ser indicada para alívio dos sintomas depressivos e ansiosos que podem colaborar para a manutenção do comportamento. Há também medicações que são usadas para diminuir a impulsividade e que ajudam o paciente a resistir a vontade de se machucar, caso esta apareça.

* Identificando o problema: As pessoas que apresentam automutilação sentem vergonha e medo de revelar este comportamento, por isso procuram esconder as lesões e as fazem solitariamente onde não podem ser observadas. Elas reconhecem que este comportamento não é bem aceito pelas pessoas.
Desta forma, você poderá desconfiar que alguém apresenta automutilação quando essa pessoa:

a) Costuma usar roupas de mangas longas, mesmo no verão, com altas temperaturas;
b) Apresentam várias cicatrizes ou lesões repetidas e tem dificuldade para explicá-las;
c) Isola-se evitando situações onde seu corpo pode ser exposto, como praia ou piscina;

Vale lembrar que estas pessoas podem apresentar sintomas depressivos e de fobia social associados. 
O automutilador tende a ter grandes dificuldades para se expressar verbal ou emocionalmente, portanto, não consegue falar publicamente sobre suas angustias nem chorar diante de outras pessoas. 
Há relatos de pessoas que com o passar do tempo sentem-se incapazes de chorar até mesmo quando estão sozinhas. Essa dificuldade de expressão acaba, em muitos casos, sendo um forte fator que desencadeia o comportamento automutilador. Alguns indivíduos afirmam que escrever (textos, poemas, contos, músicas, etc.) lhes parece de grande ajuda, como uma forma de expressar suas emoções, o que não conseguem fazer de outras formas. Desse modo, a necessidade de se automutilar diminui significantemente.
Não possui amor próprio e usualmente define a sí mesmo como sendo "um lixo humano, uma criatura insuficiente e fracassada, que não tem direito de conviver com os demais". Desse modo, alguns tendem a se afastar da família e dos amigos, buscando poupa-los do mal, que presumem ser, a sua presença. Com o tempo, se veem executando sozinhos, atividades que costumava fazer em grupo".



No link abaixo, você vai ler o relato e os trechos do diário de uma jovem de 25 anos que dilacerava a pele quando o sofrimento interno era insuportável:


    Na rede achei a Rede CAPS que fornecem tratamento psicológico e psiquiátrico gratuitamente em vários pontos do Rio de Janeiro, confira no link abaixo:

 Muitos pensam que é infantilidade de quem só quer chamar atenção, mas eu desejo aqueles de mente pequena que pensam assim, que nunca descubram quão errados estão, pois realmente é horrível!
Só precisamos, além do tratamento adequado, compreensão e respeito!
BEIJOS!!!:***



Um comentário:

  1. Pra quem precisar, acho que o CAPS é no país todo. Pelo menos aqui em São Paulo também tem.

    Ofélia

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