Manual do Deprimido (Parte 6) - O deprimido e a medicação

Olá pessoas, boa tarde! Depois de um recesso quase que forçado e alguns problemas que aconteceram, estou de volta. Hoje eu ia falar sobre outro assunto, mas achei que esse seria mais adequado, pois seriam menores as chances de desanimar de postar. 

A maioria das pessoas que sofrem de depressão ou outros distúrbios psicologicos ou psiquiatricos, usam de medicações para potencializar, ou estabilizar o humor.
São muito comuns, os medicamentos inibidores da recaptação de serotonina (hormônio do bem estar). Na verdade os antidepressivos impedem a recaptação da serotonina. Então o médico passa um antidepressivo para o cérebro NÃO recaptar (ou, melhor, inibir ou diminuir essa recaptação) a serotonina liberada, aumentando a quantidade livre desse neurotransmissor.

Supõe-se que a depressão do indivíduo seja por baixos níveis de serotonina (ja que nem todas as depressões são e por isso nem todos os depressivos respondem bem aos ISRS - Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina).
Esse tipo de medicamento inibe a reutilização pelo neurônio, da pouca serotonina liberada na fenda sináptica. Isso aumenta a quantidade de serotonina livre na fenda sináptica pois é ali que ela precisa estar para que sintamos a sua ação. Serotonina recaptada seria serotonina "não sentida". 

De uma forma extremamente simplificada é assim que funciona.
Mas para que a medicação seja eficiente, é necessário que seja respeitada a dose passada, e os horários de administração, pois cada medicamento possui um tempo de absorçao e uma meia-vida, e qualquer atraso ou esquecimento pode gerar alterações no tratamento, ainda que pequenas.

Entendendo a medicação:
Para explicar melhor, vou usar como exemplo o Cloridrato de Sertralina. Ele me foi passado, para tomar 100 mg a cada 24 horas. A Sertralina possui um tempo de absorçao até atingir a concentração máxima no organismo, o que chamam de pico de concentração plasmática. O tempo dela varia de 4 horas até 8 horas. Apos atingir esse pico, o corpo entra num processo de eliminação da substancia. Apos um determinado tempo, essa concentraçao chega a metade, esse tempo é chamado de meia vida. No caso da sertralina, a concentração diminui pela metade em torno de 26 horas apos o pico. Como a medicação é tomada a cada 24 horas, e leva no mínimo 4 horas para estar totalmente no organismo, respeitar o horário da admnistração impede que a presença da substancia esteja abaixo da metade ou chegue a zero, e se encontre quase que constante no corpo. Saca? Para melhorar, eu fiz um grafico no paint para melhorar nossa compreensao: 

O que acontece muitas vezes, é o paciente largar os remedios quando começam apresentar melhora. Isso NUNCA deve ser feito, salvo por orientação médica, e mesmo assim para evitar os efeitos da abstinencia, a dose eh diminuída lentamente. Além dos efeito físicos da interrupção brusca da medicação, como náuseas, tonturas e tremores, há tambem os efeitos psicologicos, como irritabilidade, aumento nas oscilações de humor e depressão acentuada. Tudo é o corpo e seu famoso “efeito rebote”, acentuando os sintomas que a medicação combatia. 

Outra coisa que ocorre, é a mistura do antidepressivo com outras substancias. Todos sabem que não se devem misturar qualquer medicação com alcool, e a administração com outros medicamentos só pode ser feita com indicação e orientação médica. A cafeína é meio que uma vilã, por conta das suas propriedades estimulantes. Alem do cafe, também se incluem refrigerantes a base de cola, chocolates, bebidas energeticas, guarana em pó, e alguns tipos de analgésicos. Apesar de tudo que foi dito, sempre consulte seu psiquiatra, ele é a melhor pessoa para te informar e esclarecer. 

Eu deixei meu tratamento por questoes financeiras, mas se vc ainda tem seus remedios, nao os deixe. A psicoterapia tambem é uma grande aliada na luta contra esse mal. Fiquem espertos queridos, e espero que o post de hoje tenha ajudado a entender um pouco da importancia da medicaçao. 

UMA EXCELENTE SEMANA A TODOS!!!

BEIJOS!!!