quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

O que você quer ser quando crescer?

Essa é uma pergunta presente em nossas vidas desde muito cedo. Mesmo com o fato das crianças não terem idéia da seriedade dessa escolha (nem alguns adultos também), ela está sempre lá, seja para nos forçar desde cedo a pensar e amadurecer o pensamento com a idade, ou simplesmente satisfazer a curiosidade dos mais velhos.
A primeira vez que lembro de tê-la ouvido, foi por volta dos 4 ~ 5 anos. Lembro-me de ter dito que (Se ouço isso de uma criança hoje, não sei se conseguiria disfarçar aquele sentimento que vc tem como quando vê uma amiga sua apaixonada por um canalha, ou quando vê uma mãe dizendo ao filho a lendária frase “na volta a gente compra”) queria ser bailarina... Certamente aquele sentimento romântico da bela bailarina da caixinha de música, linda como uma princesa, dançando feliz embalada para sempre pelas mais belas valsas. Como é doce a pureza e ingenuidade das crianças! Não sei se é bom ou ruim elas crescerem um dia...
Tempos depois quis ser professora, e novamente a ilusão infantil do quanto seria legal sempre poder escrever no quadro, ter um certo “poder” sobre os alunos, sentar numa mesa grande na frente da sala e poder entrar e sair “do quartinho” sempre que puder, isso era o que mais me fascinava!
Eu estudava num colegio católico, fechado por volta do ano 2000 (agora me senti num filme futurista tipo Inteligência Artificial ou O Homem Bicentenário), e o unico lugar do colégio que era altamente restrito era “o quartinho”, que não passava de um almoxarifado que ficava abaixo da escadaria principal. A primeira e única vez que estive lá, foi quando a professora da alfabetização me pediu que fosse com ela ajudar a carregar as folhas de oficio enquanto ela trazia o mimeógrafo, tudo guardado la. Parece que um novo mundo se abriu para mim. Fileiras de prateleiras cheias de caixas, vinis, pastas, caixas de arquivos, objetos de peças teatrais, e o que mais me encantou: livros, muitos deles bem antigos, ainda com aquelas capas de couro pesadas e empoeiradas. Quantas vezes me imaginei passando horas dentro daquele quarto revirando cada livro, cada ficha antiga, cada pasta com a história do colégio desde o primeiro tijolo. Até hoje me imagino lá, essa minha sede e fascínio pelo passado que nunca me deixou, que até me fez pensar em ser “uma exploradora com uma escovinha descobrindo ossos de dinossauros, tesouros em cavernas, fugindo de tribos indígenas e pedras gigantes” uns anos mais tarde, ou em alguma das lojas de antiguidades e restaurações da Rua do Lavradio por volta de 2009, por onde eu passava todos os dias a caminho do trabalho (novamente a sensação do filme futurista).
Infelizmente não é ele, embora seja igual.
Achei a uns 4 anos atrás (aguardem o post).
Por um longo tempo, e por inflluência de programas como O Mundo de Beackman, o desenho animado do filme De Volta Pro Futuro, e o Livro de Capa Vermelha (depois farei um post só sobre o Livro de Capa Vermelha), quis ser cientista. 
Dê quê? Eu não sabia. Só queria usar um jaleco branco, óculos e ficar em um laboratório misturando líquidos coloridos, fazendo robôs, máquinas, criando ratos e pés de feijão.
Sempre me destaquei nas aulas de ciências, e após a traumática divisão que ocorre, de ciências para biologia, física e quimica, fui vendo que realmente as ciências biológicas era a minha casa. Porém tinha um problema... Nada me impedia de fazer o que mais amava a não ser o fato de TER CRESCIDO.
Um emprego que não permitia estudar integralmente numa faculdade pública, e como financiar uma particular e pagar com um simples bacharelado ou penando numa sala de aula? Isso sem falar dos cruéis testes em animais.
Mas “ ensino superior é algo importante”, é o que a sociedade grita na nossa cara todos os dias. Pensei em psicologia, pedagogia, visando o leque de oportunidades, me tornando provavelmente mais um diploma inútil no mundo e mais uma “garota do RH”.
Por sorte fui introduzida no mundo da computação, meio que ao acaso. É engraçado como as coisas acontecem, e o que vc pensa ser sem querer, na verdade é a vida sorrindo pra vc.
Gostei! Amei! Acho que se me fizessem um eletroencefalograma enquanto programo, produzo um script html, ou calculo a saída de um circuito lógico, acho que as onda seriam a mesma de quando estou jogando sudoku, xadrez ou um puzzle de 1500 peças!
Se a alguns anos eu não me imaginava cursando algo da área das exatas, hoje não me imagino cursando qualquer outra coisa. Posso dizer que tive sorte de conhecer e gostar de uma área com tantas oportunidades.
Ainda não sei se é bom ou ruim as crianças crescerem, mas o que aprendi é que estamos em constante mudança. Não somos como ontem, e nem seremos amanhã o que somos hoje. Que chato seria se tudo fosse sempre igual...
A mudança é nossa única certeza. Amanhã posso querer ser policial, esteticista, ou abrir meu próprio pet shop, mas caso contrário, uma bailarinha na caixinha de música rodeada por livros antigos numa prateleira empoeirada, com certeza será um dos meus trabalhos de Modelagem 3d! ^^

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Nhói! :3